Devemos ser sal e luz da Terra

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Homilia do Vº Domingo do Tempo Comum – Ano A

(05/02/2017)

Leituras:

Is 58,7-10

Sl 111(112),4-5.6-7.8a.9 (R. 4a.3b)

1Cor 2,1-5

Mt 5,13-16

Talvez alguma vez na sua vida, ou por causa de um retiro, um encontro ou até uma música inspirada, nós nos perguntamos: por quê sou cristão? Como posso fazer para mudar este mundo que me parece tão perdido, tão confuso, ainda mais num momento como esse que parece voltar atrás de suas conquistas?

Quando imaginamos que poderíamos viver no mundo como uma casa comum para todos os povos e todas as pessoas, eis que voltam com mais força as guerras, as divisões, as barreiras, os ódios e os interesses particulares que prevalecem sobre o bem comum. Então a gente se pergunta: mas o que eu estou fazendo, o que posso fazer?

Jesus continuando a apresentar o “sonho de Deus”, após as “bem-aventuranças”, nos deixa hoje duas respostas claríssimas sobre o que devemos fazer: “Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14).

Eis que Jesus nos diz com duas imagens simples e claras quem somos: sal e luz da terra. Interessante como faz a sua afirmação: vós sois! Não deveis ser ou não sereis. Então ele afirma que quem vive como Cristo, que acolhe a sua Palavra, é sal e é luz da terra. Sendo assim, fica claro que a nossa missão é dar o sabor do evangelho a vida e brilhar com a luz da Palavra.

Palavras bonitas e pouco concretas? Não!

Palavras de vida que podem revolucionar tudo, que podem dar um sentido a nossa vida. Porque independente se sou pai ou filho, padre ou leigo, empresário ou funcionário, médico ou paciente, comerciante ou consumidor, rico ou pobre (…), todos podemos ser sal e luz da terra.

Como? Fácil.

Há hoje muitos comportamentos e muitas maneiras de pensar que são sem sabor e sem luz. As vezes verdadeiros venenos misturados na comida da vida e verdadeiras trevas assustadoras.

Trata-se de tomar consciência de que com meus atos e minhas palavras posso dar sabor e luz a minha vida e ao meu redor. Por exemplo, se sou incitado ao ódio por alguém ou me envolvem numa calunia ou uma fofoca pesada, eu tenho uma grande chance de ser luz da terra, ajudando aquela pessoa a não fazer aquilo, mostrando que se pode agir diferente. 

Acontece muito de ouvir pessoas que perante a situação difícil de um amigo dizem “azar dele, que se vire”. Podemos dizer que não, o azar é nosso, porque deste jeito só temos amigos quando eles estão bem? E quando eu estarei mal, quem será meu amigo? A amizade é sagrada. E qual o nosso papel quando a família inicia uma briga, uma divisão? Vamos botar fogo em tudo isso? Ou vamos tentar ser um ponto de união, de paz, de paciência?

Mas para serem luz e sal da terra vamos mais a frente ainda e como nos diz Isaias:

Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos.

Quando encontrares um nu cobre-o, e não desprezes a tua carne.

Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; (Is 58,7-8)

Não é apenas o amigo e o familiar, mas todo necessitado (verdadeiro) que deve receber a nossa ajuda, pois assim a nossa luz brilhará e teremos mais saúde, mais paz. E muita gente estará bem melhor porque você foi sal e luz da terra.

Tem benção melhor que essa?

Padre Graziano

Texto escrito em fevereiro de 2017 e publicado originalmente no site da Paróquia Sagrado Coração de Jesus

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