Bem-aventurados aqueles que constroem o Reino de Justiça e Amor

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Homilia do IVº Domingo do Tempo Comum (Ano A – 30/01/2011)

Leituras:

Sf 2,3;3,12-13

Sl 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R. Mt 5,3)

1Cor 1,26-31

Mt 5,1-12a

O evangelho deste domingo nos coloca na frente de uma tarefa difícil. Quando mal entendido o discurso da montanha de Jesus, que chamamos também de bem-aventuranças, nos leva a pensar algo errado, muito errado. Este erro consiste em pensar que o Reino de Deus acontece após este mundo ou após a morte. Neste engano “os pobres” são bem aventurados porque no céu serão premiados. Então não agora, mas depois.

Isso realmente nega toda a revelação contida na Palavra de Deus. A Pobreza, enquanto miséria provocada pela injustiça do mundo, que não sabe tratar a todos com a mesma dignidade, é o pecado do mundo, é o anteprojeto de Deus, é o mal enraizado profundamente na nossa sociedade e nos nossos corações.

No mundo há comida para 21 bilhões de ser humanos e mesmo sendo pouco menos que 7 bilhões¹, metade deles passam algum tipo de fome. Existe a fome de pão, porque não matamos a fome de Deus, porque não temos fome e sede de justiça, não temos fome de fraternidade. Como bem dizia Madre Teresa de Calcutá: o pior pecado da humanidade é a indiferença.

Então, Jesus ao proclamar a lei do Reino de Deus, reino de fraternidade, justiça e amor, representada pelas bem-aventuranças, não está exaltando a pobreza, mas está nos convidando a estar do lado de quem paga uma conta mais cara por causa da injustiça.

Pobre então é aquele que sabe colocar em segundo plano os bens materiais, para abraçar a fraternidade e a nova justiça de Cristo. Pobre é quem se abre a partilha. Diferente de como julga a sociedade o pobre e o rico segundo sua renda econômica, Deus, porém, olha o coração.

Todas as outras bem-aventuranças são uma extensão deste convite: construir a justiça, a paz, resistir a perseguição, ter o coração puro de quem não se aproveita dos outros em nenhuma maneira.

Perante as bem-aventuranças não podemos ficar sem tomar uma decisão. Colocamos nossa vida a serviço de Deus e deste seu projeto de amor e fraternidade.

¹ O mundo bateu 8 bilhões de pessoas no ano de 2022. Essa homilia foi escrita em Janeiro de 2011 (NE).

Padre Graziano

Texto publicado originalmente no Site da Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Janeiro de 2011

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