Acrediteis que Jesus é o Cristo, o filho de Deus

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Homilia do IIº domingo da Páscoa

(09/04/2018)

Leituras:

At 2,42-47

Sl 117(118),2-4.13-15.22-24 (R. 1)

1Pd 1,3-9

Jo 20,19-31

Mais uma vez Tomé se torna a personagem principal de um domingo de Páscoa. Ele que queria morrer junto com Jesus quando Jesus voltou para Betânia após a Ressurreição do Lázaro e os outros discípulos disseram: “Querem te matar e vai voltar para lá?”. A sua dúvida que ao ver e tocar Jesus e suas feridas se transforma na mais bela profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”(Jo 20, 28).

João, neste final do capítulo 20, nos dá todo o sentido do seu evangelho: “Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.”(Jo 20, 31)

A razão pela qual João e seus discípulos escreveram o evangelho é a fé, resumida nestas palavras: “Acrediteis que Jesus é o Cristo, o filho de Deus”.

Acreditar que Jesus é o Cristo é uma frase que precisamos entender. Jesus é o nome que Maria e José lhe deram obedecendo ao que o anjo falou. Jesus é uma palavra que significa Deus salva. Agora o nome Cristo é um título que explica quem é Jesus: é o título do Messias, o ungido (do grego, Kristos).

Acreditar que Jesus é o Cristo então significa acreditar que a promessa de Deus se realizou, Deus não abandonou o seu povo, mas enviou o seu Filho.

O plano de Salvação aconteceu. Deus nos resgatou. Nos deu a salvação. Ter fé, então, não é um ato da mente que acredita, mas é a experiência de ter a vida em nome de Cristo, a vida que vem do Cristo, a vida que vem de Deus.

É isto que o evangelho nos convida a viver: acolher a vida do ressuscitado para que possamos ressuscitar com Ele. Portanto precisamos entrar nesta vida acolhendo tudo que ressuscitou com Jesus: sua palavra, seu ensinamento, seu exemplo. Cabe a nós agora viver com fé.

Nós pensamos em tudo que tira nossa fé, nossa vida cristã, nossa oração, nossa vida fraterna, nossa solidariedade. A fé das nossas famílias é muito abalada pelas divisões, pelo materialismo, pela superficialidade e por tantas atitudes que são fruto de pecados, de maldade, da indiferença com o próximo.

Mas tem algo mais profundo ainda que acontece: para muitos falta um encontro com Jesus, uma experiência pessoal com Jesus Cristo.

Como Tomé precisamos tocar em Jesus e descobrir quem Ele é de fato para nós. Precisamos fazer amizade com Jesus na Eucaristia, na oração, ouvindo e vivendo sua palavra, amando-O presente no nosso próximo, amando a maneira dele.

Sem o encontro pessoal com Jesus Cristo, Senhor e Deus da nossa vida, o que se torna a nossa fé? Sem a experiência de me sentir um instrumento de Cristo junto aos outros, a minha família, minha comunidade, o que se torna a nossa fé?

As vezes pergunto as pessoas: me conte as escolhas que fazem parte da sua vida que você fez por causa de Jesus Cristo. As pessoas falam: vou na missa, comungo (…), e eu digo o que mais? Eu ajudo alguém de vez em quando? Sou dizimista? Aí pergunto mais fundo ainda: e no resto da sua vida Cristo não entra? Cristo se fez um de nós para que nós sejamos uma presença dele no mundo. Não basta uma hora por semana, alguns minutos por dia de oração, mas a nossa maneira de viver tem que ser inspirada no Cristo Senhor!

Esse é o grande desafio de todos nós: ser cristão em tudo que vivemos.

A fé não é uma “gaveta” que abrimos de vez em quando para pegar alguma coisa. A fé deve moldar toda nossa vida, nosso jeito de ser!

Padre Graciano Cirina

Homilia publicada originalmente no site da paróquia Sagrado Coração de Jesus

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