Eis o cordeiro de Deus

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Homilia do IIº Domingo do Tempo Comum

Leituras:

Is 49,3.5-6

Sl 39(40),2.4ab.7-8a.8b-9.10 (R. 8a.9a)

1Cor 1,1-3

Jo 1,29-34

Acho que se entendemos bem o Evangelho de hoje, a participação na missa terá um grande benefício. A frase de João Batista, ou melhor a maneira de chamar Jesus: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (cf Jo 1, 29). O cordeiro tem um sentido muito importante para a Bíblia.

Para libertação do Egito os judeus precisavam matar um cordeiro e com o sangue dele marcar as portar de suas casas e assim seriam protegidos do anjo da morte.  A Páscoa foi o contexto onde aconteceu a morte e ressurreição de Cristo. O seu sangue cobre aqueles pelos quais morreu por amor e os protege do anjo da morte.

Tem também uma segunda imagem: todo dia em Jerusalém era sacrificado um cordeiro de manhã e um a tarde, pelos pecados do povo. A expressão de João, que usamos em todas as missas antes de comungar, mostra que Jesus não é um cordeiro qualquer, mas o Cordeiro de Deus que dá a vida para tirar o pecado do mundo. O Pecado do mundo é a separação de Deus.

O sacrifício de Cristo é um ato de amor. O Filho de Deus, repleto do Espírito Santo, não pediu poder sobre os homens, mas escolheu o caminho do amor. Mas a sua escolha é também um modelo de vida, ou melhor ainda é algo que mostra o sentido da vida. Com certeza não precisa se sacrificar até a morte, mas o sacrifício é parte do amor, é essência do amor.

Como ainda muitas pessoas no mundo tentam tirar a vida dos outros, o Cordeiro de Deus dá a vida e não a tira de ninguém. Tirar a vida de uma pessoa não significa apenas matar alguém. Se tira a vida de uma pessoa deixando-a na miséria, criando condições econômicas que, por exemplo, deixam uma boa parte da população em condições de miséria. Tira-se a vida de uma pessoa ferindo sua dignidade, explorando o seu trabalho com salários injustos. Tira-se a vida de muitas pessoas com a especulação financiaria que concentra a riqueza em mãos de poucas pessoas. Tira-se a vida da pessoa com a perseguição psicológica, o bullying, que mata principalmente jovens no mundo inteiro.

Perante tudo isso Deus hoje nos lembra que nos criou para doar a nossa vida e não para tirar a vida dos outros. Quando comungamos é isso que fazemos, aprendemos a amar como Jesus, desde que nosso coração não esteja fechado a Deus.

Padre Graziano

Homilia postada originalmente no dia 15/01/2017 no site da Paróquia Sagrado Coração de Jesus

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